Como funcionam? Por que e como surgiram?
Quais são as suas principais vantagens e desvantagens, quando
comparadas a outros sistemas estruturais?
Em geral os arcos hiperestáticos são mais econômicos
que os arcos isostáticos, porém os esforços solicitantes dos arcos
hiperestáticos são bastante sensíveis a recalques de apoio e à variação de
temperatura, podendo sofrer alterações significativas.
Dentre os arcos hiperestáticos o mais econômico é o
engastado. Entretanto os arcos engastados são aconselháveis quando não são
previstos recalques de apoios. Quando há recalques de apoio os arcos
triarticulados ou atirantados são os recomendáveis. A presença de recalques de
apoio provocam podem provocar grandes alterações na distribuição dos esforços
interno ao longo da estrutura do arco.
Quando são previstos pequenos recalques é
aconselhável o emprego de arcos biarticulados ou atirantados. O arco atirantado
é bastante empregado devido ao fato de possuir as vantagens das estruturas
isostáticas e hiperestáticas simultaneamente, pois comporta-se como uma
estrutura hiperestática internamente, e apresenta um comportamento similar ao
de estruturas isostáticas em relação aos recalques de apoio.
A escolha entre arco atirantado e triarticulado,
normalmente é atribuída a opção de ocorrer ou não a presença de vão livre. Os
arcos com uma articulação não são utilizados nas construções por possuírem as
desvantagens dos arcos isostáticos e hiperestáticos.
O uso do arco surge com as civilizações
da Antiguidade embora o Antigo Egito, a Babilónia, a Grécia Antiga e a Assíria o tenham restrito a construções no subsolo,
nomeadamente em estruturas de drenagem e abóbadas. Por outro lado a sua
arquitetura exterior é sobretudo caracterizada por uma tipologia onde se
conjuga o uso da coluna com a viga horizontal. Assim, pela
necessidade de minorar o impulso vertical sobre os lenteis de pedra, propaga-se
o uso de colunas sucessivas de colocação próxima e que têm como função suportar
a tal carga.
São mais tarde os romanos os
responsáveis pela utilização do arco em grande escala, erigindo, pelo alcance
de maiores vãos, edifícios de dimensões monumentais. É nesta altura que se
propaga o arco de volta perfeita, semicircular e assente em
pilares, e que será também uma das características do estilo românico e do Renascimento.
Por altura do estilo gótico difunde-se um novo género de arco que se crê já ter sido
anteriormente utilizado pelos assírios, o arco quebrado. Este arco é composto por dois segmentos de circunferência com centros distintos dando lugar a uma forma
cristalina que faculta ao arco uma maior força e possibilita vãos mais altos.
Este arco provoca, no entanto, um maior impulso oblíquo que será inicialmente
recebido por espessos contrafortes e mais tarde por arcobotantes.
Também na arquitetura
islâmica é comum o uso do arco especialmente por motivações decorativas
onde sobressaem o arco de
ferradura e diversos arcos decorativos com a inserção de lóbulos rendilhados. Mais a Oriente, a China usava já desde dinastias antigas
o arco aplicado à construção de pontes. Ao longo do tempo vão sendo adaptadas e
fundidas diversas tipologias formais do arco nos diversos movimentos ecléticos da arquitetura.
Podemos caracterizar arcos como
resultado do sucessivo dobramento da viga de um pórtico, até a formação de uma
concavidade de aspecto curvo voltada para dentro do vão, coberto pela
estrutura. Nos pórticos, esse dobramento aumenta gradativamente os esforços de
compressão e diminui os de flexão, sendo o arco uma estrutura hiperestática que
funciona somente atendendo aos esforços de compressão, transmitindo-os peça a
peça desde a aduela de topo a de nascença e enfim a peça estrutural que o
sustenta (pilares ou fundação).
Os arcos mais comuns são os redondos,
como o arco romano (semi-circular) e os pórticos de viga abaulada, os
apontados, que possibilitam vãos mais elevados muito utilizados no período
gótico, e os arcos em forma de catenária e parábola, que apresentam uma
eficiência maior quando submetidos a cargas uniformemente distribuídas sobre
seu eixo e projeção respectivamente.
Tradicionalmente, por funcionarem por
compressão, os arcos foram e continuam sendo feitos com pedras, blocos de
alvenaria e outros materiais similares, mas hoje são comuns arcos feitos de
madeira, concreto e treliçados de metal por exemplo.
Já utilizado pelos egípcios,
babilônicos, gregos e assírios em construções subterrâneas, e pelos chineses em
pontes, principalmente, é mérito dos romanos a aplicação do arco para se vencer
grandes vãos. Associaram-os lado a lado nos aquedutos, os empilharam nos
coliseus e hipódromos dando a essa estrutura diversas novas funções. Desde
aquela época o arco nunca mais deixou de ser utilizado: nos castelos e igrejas
na idade média, na retomada da cultura clássica no renascimento, no gótico,
quando se difundiu o arco apontado (já utilizado antes pelos assírios), e
depois da revolução industrial, associado a novos materiais (pontes de
ferro-gusa, abóbadas de estufas e estações ferroviárias, etc) novamente
provou-se ótima estrutura para superar longos vãos.
Com diversas aplicações na
construção civil, o próprio arco ou seu conceito é amplamente utilizado até
hoje, concluímos, portanto, que sua aplicação é uma boa solução para cobrir
grandes distâncias sem obstáculos no meio do vão.
Arco Remanescente Presídio Tiradentes
Local:
Avenida Tiradentes, esquina com a Praça Fernando
Prestes.
Viaduto
estaiado Padre Adelino
O viaduto estaiado
Padre Adelino, na zona Leste de São Paulo, tem como principal diferencial o uso
de tecnologia de selas passíveis de manutenção. Executado pela Construbase, sob
a coordenação da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras), o
viaduto cruza a avenida Salim Farah Maluf e liga os bairros Tatuapé e Anália
Franco ao Belém e à Mooca, resultando até então numa melhora do fluxo da Radial
Leste, uma das principais vias de São Paulo. O viaduto tem 122 m de
comprimento, 20,30 m de largura, além de dois passeios laterais de 2 m cada um.
Ao todo, são quatro faixas para veículos, sendo duas em cada sentido.
Segundo Antonio
Fernando C. Sampaio, engenheiro da Siurb, o método estaiado foi escolhido por
possibilitar a execução da obra sem grandes modificações no fluxo da avenida
Salim Farah Maluf. "Um pilar central permite a execução das lajes sem que
se faça uma intervenção muito grande no movimento da avenida", explicou. A
prefeitura chegou a estudar a utilização de sistemas convencionais como vigas
pré-moldadas, caixão cimbrado e balanço sucessivo, mas nenhum dos três
conseguiu, ao mesmo tempo, vencer o vão pré-definido, de 61 m, e o gabarito (distância
entre o solo e a superfície inferior da laje) ideal para a passagem de grandes
caminhões. Os engenheiros optaram
pela tecnologia de selas passíveis de manutenção."O principal diferencial
desse viaduto estaiado é que ele não tem travamento, o pilar é maciço, em forma
de arco, e possui selas, que são peças especiais que permitem a passagem dos
estais. Com isso, ao invés dos estais serem travados no mastro, eles vão de
ponta a ponta no viaduto. Com as selas, os estais têm as mesmas possibilidades
de manutenção dos sistemas convencionais, seja em caso de acidente ou qualquer
outro tipo de acontecimento. Por isso, falamos que é passível de manutenção. Ao
todo, 40 estais foram instalados na estrutura, sendo cada um formado por 48
cordoalhas de aço.
|
Local:
Rua Padre
Adelino,
passando sobre a Avenida Salim Farah Maluf.
Desconto de 0,5 pela falta de referências de pesquisa
ResponderExcluirNota: 1,5